O acúmulo de gordura visceral ou abdominal pode ser
genético ou resultar de alimentação excessiva e sedentarismo. A Medicina
descobriu que os portadores estão mais suscetíveis à aterosclerose, que
favorece o surgimento de doenças como o infarto do miocárdio, o acidente
vascular cerebral e o diabetes.
A gordura
é essencial à saúde humana. Além de fornecer energia, ela participa de reações
químicas que dão origem aos hormônios, por exemplo. Mas gordura excessiva é
sempre danosa. Em alguns lugares, aliás, a substância é muito pior. É o que
ocorre, constataram os pesquisadores, com a chamada gordura visceral, ou
abdominal.
Gordura
visceral é aquela que se acumula no abdome, praticamente envolvendo vísceras
como pâncreas, instestinos e fígado. Nesse último órgão, vale destacar,
acumula-se também internamente, dando origem a uma doença conhecida como
esteatose.
No
passado, o acúmulo de gordura visceral era mais comum a partir da idade adulta;
atualmente, sobretudo devido ao aparecimento dos fast-foods, também as
crianças já o exibem. O problema ocorre em homens e mulheres; nestas, em
especial a partir do início da menopausa, quando perdem a proteção do hormônio
estrogênio, pois seu organismo pára de produzi-lo. Parte dos indivíduos acumula
gordura na região abdominal por tendência genética, ou seja, herdam tal
característica de um ou dos dois pais. Nesse caso, outros na família também têm
o problema. Mas a gordura visceral pode acumular-se ainda em conseqüência do
consumo excessivo de alimentos ricos em gordura saturada e do sedentarismo,
isto é, falta de atividade física.
As
conseqüências são as seguintes. A gordura abdominal passa a funcionar como
barreira para a circulação de sangue na região. E mais: as células gordurosas
favorecem a inflamação das artérias, que distribuem o sangue oxigenado a partir
do coração para todas as porções orgânicas. Está aberto, então,o caminho para a
formação da aterosclerose, ou seja, deposição contínua de gordura nas paredes
arteriais e a formação de uma espécie de "placa" endurecida. Com o
tempo, a "placa" cresce e obstrui parcial ou totalmente a circulação
sanguínea. O resultado é: falta de sangue e de oxigênio no músculo do coração,
com a conseqüente morte de tecidos, o que é conhecido como infarto do
miocárdio. O mesmo pode ocorrer no cérebro, dando origem ao acidente vascular
cerebral (AVC), também chamado de derrame. O pior é que as duas doenças, em 50%
dos casos, não dão aviso e, dependendo da extensão, podem deixar seqüelas
graves ou até matar.
A gordura
visceral também interfere na ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas
que regula a taxa de açúcar no sangue. Os níveis da substância aumentam, o que
favorece o surgimento do diabetes.
O
organismo de cada pessoa, claro, reage de maneira diferente a esse quadro. Há
portadores de gordura visceral que podem viver por décadas sem problemas. Outros
têm infarto ou derrame ainda jovens.
Pessoas
que se vejam com um volume crescente de gordura abdominal devem consultar logo
um cardiologista. A situação é mais preocupante, naturalmente, em obesos que
sofrem de pressão alta e/ou diabetes, são sedentários ou fumam. Os
cardiologistas brasileiros de modo geral - disponíveis até nos serviços
públicos país afora - têm boa informação a respeito do assunto. Eles estão
aptos a fazer uma avaliação e determinar as medidas necessárias. O passo
inicial com certeza será adotar uma dieta saudável, aumentando a ingestão de
frutas, legumes e verduras e diminuindo o consumo de alimentos gordurosos. A
segunda etapa será desenvolver atividades físicas regularmente. Se essas
pessoas já forem portadoras de doenças como pressão alta ou diabetes,
finalmente, também elas terão de ser tratadas.
Por: Carlos
Alberto Pastore
http://caras.uol.com.br/noticia/gordura-visceral-aumenta-muito-o-risco-de-doencas-cardiovasculares#image0
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